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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Método científico, impulsionando avanços e moldando o homem


Quem já não ouviu falar do método científico? Sim, me refiro àquele modelo ensinado nas aulas de ciência do ensino médio. Observação, problematização, formação de hipótese, experimentação, análise e conclusão. Acontece que esses passos, tão comuns em nossa forma de pensar e tão repetidos centenas de vezes durante a vida de qualquer pessoa que chegou ao ensino médio, fundamentaram algumas das grandes descobertas da humanidade.

Método científico, impulsionando avanços e moldando o homem

Começando pelo começo...

Já na Grécia Antiga, milhares de anos atrás, é possível encontrar  indícios do pensamento científico, que mais tarde foram formalizados no método. Um dos primeiros a pensar cientificamente foi o filósofo grego Aristóteles, que estabeleceu uma das bases do pensamento científico: o empirismo. Outro grande avanço no método ocorreu durante a era de ouro da filosofia islâmica, quando foram desenvolvidos experimentos para decidir entre duas hipóteses.

O obscurantismo religioso que marcou a Idade Média trouxe consigo uma ênfase muito grande nos mitos e nos dogmas cristãos como a única verdade, o que abafou quaisquer outras formas de pensamento. Foi apenas no século 12, com o surgimento do Renascimento, que o pensamento racional e científico recuperou seu valor como forma legítima de obter conhecimento.
Francis Bacon, filósofo inglês que viveu entre os séculos XVI e XVII,  foi o primeiro a formalizar o conceito de método científico. Inspirado pelos trabalhos de Nicolau Copérnico e Galileu Galilei, Bacon estabeleceu e popularizou as metodologias indutivas, que são a base do pensamento científico. Não é por acaso que, às vezes, o método científico é chamado de método baconiano. Segundo ele, o segredo estava na observação e na indução, um tipo de raciocínio que constrói ou avalia proposições generalizantes a partir de eventos específicos que acontecem repetidamente. A indução constrói pensamentos como este: “o cobre é um condutor de eletricidade, assim como a prata, o ouro, o ferro, o zinco e outros metais. Logo, todo metal é condutor de eletricidade”.

Ao contrário de argumentos dedutivos – que derivam o específico do geral – o raciocínio indutivo permite conclusões falsas, mesmo que todas as premissas sejam verdadeiras. Isso porque argumentos indutivos não são válidos ou inválidos, mas sim fortes ou fracos, e portanto descrevem a probabilidade de que uma conclusão seja verdadeira. Isso é extremamente importante no contexto da ciência, já que essa flexibilidade dá espaço a descobertas e aprimoramentos.

As regras do jogo

Uma das ideias revolucionárias do método científico foi a de fazer experiências para obter conhecimento. Parece óbvio que, ao examinar um problema, devemos criar hipóteses e testá-las para ver qual se mostra verdadeira. Mas esse pensamento básico jamais ocorreria a alguém vivendo na Idade Média. Outra novidade foi a construção de um método para realizar as hipóteses, um conjunto de procedimentos que basicamente tenta controlar o ambiente de testes para que apenas um dos item seja variável, e assim se permita conhecer o comportamento daquele item isolado, já que todas as outras variáveis foram mantidas constantes.

Graças a essas ideias básicas, hoje, um aluno do ensino fundamental da Sandton Afriaankse Akademie, em Johannesburg, na África do Sul, segue os mesmos passos na sua aula de ciências que um professor de biologia na Universidade de Stanford, nos EUA, que segue os mesmos passos seguidos por cientistas famosos como Isaac Newton, Max Planck e Albert Einstein. Deste modo, essas regras, que já carregam centenas de anos nas costas, foram base para uma miríade de avanços científicos – pequenos, médios e grandes.

Um deles foi a experiência de Louis Pasteur. Conhecido como um dos fundadores da microbiologia médica, Pasteur construiu, a partir de suas observações e experiências, uma teoria até hoje vigente de que os seres vivos se originam somente a partir de outros seres vivos. Para realizar seu experimento, o cientista francês preparou um caldo de nutrientes semelhante a uma sopa. Em seguida, colocou porções iguais desse líquido em dois frascos com gargalos diferentes: um tinha o gargalo reto; o outro tinha um gargalo dobrado em forma de S. A fim de matar qualquer matéria viva presente no líquido, Pasteur ferveu o caldo de cada um dos frascos e deixou-os esfriar. Depois de algumas semanas, observou que o caldo no frasco de gargalo reto estava contaminado, enquanto o do outro frasco não havia mudado. Concluiu, portanto, que germes conduzidos pelo ar conseguiam cair sem obstruções no frasco de gargalo reto, mas ficaram presos no gargalo curvo. Se germes fossem gerados espontaneamente, como se acreditava à época, ambos os caldos teriam sido contaminados.

As contribuições invisíveis

Ainda assim, é importante lembrar que o impacto do método científico é muito maior do que a soma de suas descobertas. Além de abrir o caminho para diversos avanços e inovações, esse modelo mudou a maneira de ser e de pensar do homem. De fato, algumas das atividades básicas que adotamos diariamente derivam desse modelo como, por exemplo, a curiosidade e a procura de respostas, algo natural em todo ser humano.

Considere o seguinte exemplo: você está tomando banho quando a temperatura da água cai drasticamente. No caso, o problema revelado pela observação (a água gelada) se torna claro imediatamente. Mas o que estaria causando a queda na temperatura? Uma hipótese seria um defeito no aquecedor. Outra envolveria o encanamento. Uma terceira seria que o gás acabou. Você aborta o banho e examina a situação. Depois de testar as diferentes hipóteses, conclui que a terceira opção é a correta.

No final das contas, as aulas de ciência e os experimentos da escola deixaram lições fundamentais que nos ajudam a construir o conhecimento que necessitamos para viver.


O que esse pensamento deixa para trás?
O pensamento mítico, uma forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive sem usar fatos. O termo grego mythos significa precisamente discurso fictício ou imaginário; mas, embora possa ser sinônimo de “mentira”, o mito é verdadeiro para quem o vive. Dessa forma, a verdade do mito não corresponde a lógica nem da verdade empírica: é verdade nascida da intuição, da imaginação.

Fonte: http://www.asboasnovas.com (adapatado)


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